sábado, 20 de outubro de 2012

Segunda carta para além dos muros


Estou há umas 2 horas olhando para os livros e lendo, relendo poesias e trechos que marquei com as minhas páginas favoritas. Engraçado isso. Queria encontrar alguma coisa nova para colocar aqui mas não está rolando. Aí pego pela enésima vez o "pequenas epifanias" do Caio. E este é o último trecho de uma crônica (que é o título deste post) publicada no jornal O Estado de São Paulo em 04 de setembro de 1994.

"Pois repito, aquilo que eu supunha fosse o caminho do inferno está juncado de anjos. Aquilo que suja trava parecia, guarda seu fio de luz. Nesse frio estreito, esticado feito corda bamba, nos equilibramos todos. Sombrinha erguida bem alto, pé ante pé, bailarinos destemidos do fim deste milênio pairando sobre o abismo.

Lá embaixo, uma rede de asas ampara nossa queda."

2 comentários:

Elaine Cuencas disse...

Comovente... até dói! É um trecho com tanta, mas tanta esperança! É isso o que todos queremos: uma rede amaparando nossa queda. A queda em que estamos todos os dias!

Minha leitora predileta... você sabe escolher...quem lê pela enésima vez e lê um trecho como esse é porque sempre lê melhor... sempre!

beijos literários...

Andréa disse...

Querida,
Vou te dizer que meu dia está ganho sendo sua leitora predileta.
Beijos mil.