quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

2009

Que em 2009 a gente consiga ficar mais próximo do Whitman, Capote, Mark Twain, Dorothy Parker, Maya Angelou, Toni Morrison, Leminski, Guimarães Rosa, Alain de Botton, Nick Hornby, Emerson, cummings, Poe, Caio F., Sylvia Plath, Clarice, Tennessee, Pessoa, e por aí vai.....

E que estes que conhecemos estejam sempre presentes, e que "novos" venham nos encontrar.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

December 29





Pois é. Demora, mas chega.

sábado, 27 de dezembro de 2008

Mais Grande Sertão

"Pois minha vida em amizade com Diadorim correu por muito tempo desse jeito. Foi melhorando, foi. Ele gostava, destinado, de mim. E eu - como é que posso explicar ao senhor o poder de amor que eu criei? Minha vida o diga. Se amor? Era aquele latifúndio. Eu ia com ele até o rio Jordão... Diadorim tomou conta de mim."

Guimarães Rosa, Grande sertão: Veredas. página 167.


Obs - Michelle, depois do comentário que você deixou fui procurar seu e-mail mas não tenho.....manda uma mensagem pra mim (no endereço do terra), please...

quinta-feira, 25 de dezembro de 2008

Mais V. M.

Ontem ouvi na CBN ume entrevista com um produtor que está lançando um cd de músicas natalinas só com cantores brasileiros. E há Vinícius declamando poesia(s) - não sei se uma ou duas, não lembro mais. E ele colocaram um trecho dele recitando:

"Da morte, apenas nascemos imensamente".

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

O retorno daquele que nunca saiu



De "Jung e o tarô - uma jornada arquetípica" de Sallie Nichols:


"Visto que todo o material simbólico deriva de um nível de experiência humana comum a toda a humanidade, é verdade, naturalmente, que se podem fazer conexões válidas entre alguns símbolos do Tarô e os de outros sistemas. Mas essa camada profunda da psique, que C.G. Jung denominou o inconsciente, por definição, não é consciente. Suas imagens não nascem do nosso intelecto ordenado mas, antes, apesar dele. Elas não se apresentam de maneira lógica...

As figuras do Tarô estão sempre presentes em nossa vida de várias maneiras. À noite, surgem no sono, para nossa mistificação e pasmo. De dia, nos instigam à ação criativa ou fazem travessuras com os nossos planos lógicos"


Obs - explicações sobre o assunto poderão vir (ou não) em momento oportuno e para quem tiver interesse, por e-mail.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Vinícius


Já escrevi sobre Vinícius em 16/10, mas quero sempre retomar.

Eu sabia que tinha várias obras dele mas não estavam comigo. Estavam na casa dos meus pais, é óbvio. "O Poeta" (abaixo) está em "Para viver um grande amor". A minha edição é da Companhia das Letras, de 1995.

"Olhos que recolhem
Só tristeza e adeus
Para que outros olhem
Com amor os seus.

Mãos que só despejam
Silêncios e dúvidas
Para que outras sejam
Das suas, viúvas.

Lábios que desdenham
Coisas imortais
Para que outros tenham
Seu beijo demais

Palavras que dizem
Sempre um juramento
Para que precisem
Dele, eternamente"

Engraçado que comecei a escrever 3 trechos diferentes do livro. E só gostei deste neste momento.

Obs - a foto é do site do Jornal "O Globo".

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Mais folhinhas


I exist as I am, that is enough,...


"Sei que sou sublime,
Não torturo meu espírio para que se justifique ou seja compreendido,
Vejo que as leis elementares nunca se desculpam,
Percebo que não ajo com orgulho mais elevado que o nível onde planto minha casa,
afinal.

Existo como sou, isso me basta,
Se ninguém mais no mundo está ciente, fico contente,
E se cada um e todos estão cientes, fico contente."


Tradução de Rodrigo Garcia Lopes.

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Dorothy Parker (1893-1967)


Todo mundo adora a biografia de Dorothy Parker - escritora, língua ferina, New Yorker, Algonquin Round table, ativista política e muito mais.

A primeira coisa que li foi "Big Loira" há muuuuuitos anos atrás. Há alguns meses comprei um livro chamado "The Portable Dorothy Parker". O livro tem short-stories e poemas - que eu adoro - pela escrita, pela inteligência e pelo sarcasmo.

Este é Social Note:

"Lady, lady, should you meet
One whose ways are all discreet,
One who murmurs that his wife
Is the lodestar of his life,
One who keeps assuring you
That he never was untrue,
Never loved another one......
Lady, lady, better run!!"

Minha tradução mais do que livre:

"Lady, lady, se você encontrar
alguém cujos modos são discretos,
alguém que murmura que a esposa
é a estrela-guia de sua vida,
alguém que sempre afirma apra você
Que nunca foi desleal,
Nunca amou outra pessoa.....
Lady, lady, é melhor correr!"

Obs - a foto é do site oficial www.dorothyparker.com
Obs 2 - o poema foi publicado originalmente no livro "Enough Rope"

segunda-feira, 15 de dezembro de 2008

O que é sempre permanente?

A mudança, é claro.

Mudei o layout de novo.


domingo, 14 de dezembro de 2008

Mudanças

Só mudei um pouquinho o visual. De tempos em tempos sempre é bom. ;.)

Herman Melville (1819-1891) / Moby Dick


Tudo bem que já fizeram vários concursos para ver qual o melhor início de obras já escrito e praticamente todo mundo conhece "Call me Ishmael". Mas o parágrafo inicial é tão lindo, tão inspirador, tão sei lá entende, que não resisti.

"Trate-me por Ishmael. Há alguns anos não importa quantos ao certo, tendo pouco ou nenhum dinheiro no bolso, e nada em especial que me interessasse em terra firme, pensei em navegar um pouco e visitar o mundo das águas. É o meu jeito de afastar a melancolia e regular a circulação. Sempre que começo a ficar rabugento; sempre que há um novembro úmido e chuvoso em minha alma; sempre que, sem querer, me vejo parado diante de agências funerárias, ou acompanhando todos os funerais que encontro; e, em especial, quando minha tristeza é tão profunda que se faz necessário um princípio moral muito forte que me impeça de sair à rua e rigorosamente arrancar os chapéus de todas as pessoas então percebo que é hora de ir o mais rápido possível para o mar. Esse é o meu substituto para a arma e para as balas. Com garbo filosófico, Catão corre à sua espada; eu embarco discreto num navio. Não há nada de surpreendente nisso. Sem saber, quase todos os homens nutrem, cada um a seu modo, uma vez ou outra, praticamente o mesmo sentimento que tenho pelo oceano."


Obs - procurei Moby Dick aqui em casa e percebi que não tenho nem em português, nem em inglês. Não consigo lembrar se emprestei, se nunca comprei, se peguei em alguma biblioteca em algum tempo longínquo... enfim, esclerose. Este trecho estava no site da Folha - Ilustrada.

Obs 2 - todo mundo tem, em diferentes momentos da vida, novembros chuvosos e úmidos na alma. Aliás, cada autor lembra o seu "inverno" de maneiras diferentes.. depois escrevo sobre isso.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Alberto Caeiro

Poemas Inconjuntos (1913-1915)

"Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores; há idéias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há sí uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse,
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela."

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Grande Sertão


Em um post anterior eu disse que uma coisa que me marcou na Universidade (na área de literatura brasileira) foi Grande Sertão: veredas. Foi um semestre inteiro de análise da obra. E sempre volto para o livro que fica aqui pertinho de mim. Volto porque alguém fala dele em alguma aula minha, ou em alguma discussão, ou sempre. E volto quando quero ler de novo a morte do Diadorim. E lembro quando li a primeira vez e chorei.

Não tive "turma" porque na Puc escolhíamos os créditos que faríamos cada semestre. Mas algumas pessoas caminhavam juntas. A Eliane foi a amiga mais companheira e próxima sempre. E a gente se separa, encontra, separa, encontra e ainda bem que estamos no momento do "encontra".

Mas o que eu quero dizer é que meu livro está todo grifado e com as minhas anotações num papel separado, como eu sempre faço. E aí vai um trechinho para a Eliane, e para o Marcos, e para a Elaine e pra todo mundo que vai e volta (ainda bem!!).


"E, o pobre de mim, minha tristeza me atrasava, consumido. Eu não tinha competência de querer viver, tão acabadiço, até o cumprimento de respirar me sacava. E, Diadorim, às vezes conheci que a saudade dele não me desse repouso; nem o nele imaginar. Porque eu, em tanto viver de tempo, tinha negado em mim aquele amor, e a amizade desde agora estava amarga falseada; e o amor, e a pessoa dela, mesma, ela tinha me negado.Para quê eu ia conseguir viver? Mas o amor de minha Otacília também se aumentava, aos berços primeiro, esboço de devagar. Era."

Obs - o parágrafo acima está nas páginas 535, 536 da 27ª edição, de 1988 da Nova Fronteira.
Obs2 - a foto de Guimarães Rosa é do site: www.memorialdobrasil.com.br



terça-feira, 9 de dezembro de 2008

Carlos Drummond de Andrade (1902-1987)


Não tenho capacidade para falar de Carlos Drummond de Andrade. Nunca estudei Drummond na Puc (com profundidade, na literatura brasileira só ficou Grande Sertão - oh yes!!) e li só algumas coisas. Enfim, depois de expressar minha ignorância, aqui abaixo há um texto dele chamado 'Ausência" onde ele escreve ao final "com o pensamento em Ana Cristina César". O texto está no livro dela.

"Por muito tempo achei que a ausência é falta
E lastimava, ignorante, a falta.

Hoje não a lastimo.

Não há falta na ausência.

Ausência é um estar em mim

E sinto-a tão pegada, aconchegada nos meus braços

Que rio e danço e invento exclamações alegres.
Porque a ausência, esta ausência assimilada,

Ninguém a rouba mais de mim."

domingo, 7 de dezembro de 2008

Mais de Alice Ruiz

"é bom que as coisas mudem
é bom que permaneçam
assim como as que morrem
cresçam".



E bom domingo.....

sábado, 6 de dezembro de 2008

Toni Morrison (1931 - )



Toni Morrison ganhou o prêmio Nobel de literatura em 1993. Eu não li tudo (ainda) que ela escreveu, mas toda vez que leio alguma coisa dela, me dá um frio na espinha, e uma tristeza, e sei lá mais o que. Ah sei sim - admiração - porque ela escreve de uma maneira absolutamente fantástica. Ela não tem dó nem piedade de nós, leitores. Vai fundo nas tristezas e sofrimentos das mulheres negras. Os meus livros favoritos são: The bluest eye (o primeiro, de 1970) e um dos últimos, Love (de 2003).

Em "The bluest eye" (o olho mais azul), conhecemos a vida de Pecola Breedlove, uma menina de 11 anos que sonha que se um dia ela acordasse com olhos azuis, a vida dela seria mais feliz: os pais parariam de brigar, o irmão não fugiria mais, e o pai também não beberia mais. E melhor - ela seria notada, porque em 11 anos, ninguém tinha prestado atenção nela.

Li novamente alguns trechos dessa obra essa semana porque a aula foi sobre este assunto... e o final... é triste demais. Mas enfim....

"The soil is bad for certain kinds of flowers. Certain seeds it will not nurture, certain fruit it will not bear, and when the land kills of its own volition, we acquiesce and say the victim had no right to live. We are wrong of course, but it doesn´t matter. It´s too late. At least on the edge of my town, among the garbage and the sunflowers of my town, it´s much, much, much too late."

A minha tradução (beeeeeem livre)

"O solo é ruim para alguns tipos de flores. Algumas sementes ele não vai alimentar, algumas frutas ele não vai produzir, e quando a terra mata sua própria vontade, nós concordamos e dizemos que a vítima não tinha o direito de viver. Nós estamos errados é claro, mas não importa. É tarde demais. Pelo menos na periferia da minha cidade, no meio do lixo e dos girassóis da minha cidade, é muito, muito, muito tarde.
"

Obs - no site do prêmio Nobel é possível ouvir o discurso dela (e de outros) de 33 minutos de 1993: http://nobelprize.org/nobel_prizes/literature/laureates/1993/morrison-lecture.html

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Whitman



Queria colocar alguma coisa do Whitman nestes últimos minutos de sexta-feira. E achei os últimos minutos:

"Vou-me feito vento.... agito meus cabelos brancos contra o sol fugitivo,
Esparramo minha carne em redemoinhos e a deixo flutuar em retalhos rendados.

Me entrego à terra pra crescer da relva que amo,
Se me quiser de novo me procure sob a sola de suas botas."

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Pessoa

Fernando Pessoa

"EU AMO TUDO o que foi,
Tudo o que já não é,
A dor que já me não dói,
A antiga e errônea fé,
O ontem que dor deixou,
O que deixou alegria
Só porque foi, e voou
E hoje é já outro dia".

De: Poesias Coligidas

terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Cartas - Capote



Minha amiga Elaine e eu adoramos coletâneas de correspondências entre pessoas interessantes. Neste acima estão as mais variadas cartas que Truman Capote escreveu ao longo de sua vida. Em todas as épocas, em vários países e nos mais diferentes "estados".


Esta aqui abaixo ele escreveu ao pai, Arch Persons dizendo que daquela data em diante ele não teria mais o sobrenome do pai, mas sim do padrasto (Capote). Ele tinha cerca de 11 anos:


"As you know my name was changed from Person´s [sic] to Capote, and I would appreciate it if in the future you would address me as Truman Capote, as everyone knows me by that name."



E tem mais um monte de coisas interessantes.....