sexta-feira, 31 de julho de 2009

"Devia ser proibido"

Do livro "Poesia para tocar no rádio" de Alice Ruiz. O poema é também de Itamar Assumpção:

"devia ser proibido
uma saudade tão má
de uma pessoa tão boa
falar, gritar, reclamar
se a nossa voz não ecoa
dizer não vou mais voltar
sumir pelo mundo afora
alguém com tudo pra dar
tirar o seu corpo fora
devia ser proibido estar
do lado de cá
enquanto a lembrança voa
reviver, ter que lembrar
e calar por mais que doa
chorar, não mais respirar (ar)
dizer adeus, ir embora
você partir e ficar
pra outra vida, outra hora
devia ser proibido...
"

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Poesia não tem razão de ser

Acredito que todo mundo já tenha visto este vídeo. Caso você não tenha visto, vá até:

http://www.youtube.com/watch?v=T-iCzSsOZy4&feature=related

É isso. Não precisa ter explicação. E não deve.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Mais A. C. César



Do "Inéditos e Dispersos":

"Jururu não sei pedir. Fico enrodilhada. Faço pesca mas não
pesco nada.
A. me fala do aeroporto, de passagem. Matter of fact que eu
já conheço, sem desordem.
Sinto um grande cansaço pendurado no fio da minha voz.
Tremuras da desordem. Assuntos que não sei.
Mala diplomática apenas por um fio.
I can´t give you anything but love, babe.
Praga. É uma praga. Você só gosta das partes difíceis.
Hoje te cabe a parte fácil: se sentir alguma coisa pode me chamar."

É isso aí: se sentir alguma coisa pode me chamar.

Obs - a foto é do site: www.algumapoesia.com.br

segunda-feira, 27 de julho de 2009

The believers


Daquele listinha que falei em algum post do passado recente, acabei alguns livros e outros estão lá ainda. Neste meio tempo, estou lendo este acima. Nada não... só queria falar isso.

Outra coisa - já já estamos chegando no post 200. Para o "momento celebração" escolheremos Whitman ou alguém tem alguma outra idéia brilhante?

sexta-feira, 24 de julho de 2009

T. S. Eliot



Do "Old Possum´s book of practical cats". Nome do poema: "The song of jellicles". Aqui vai um pedacinho:

"Jellicle Cats have cheerful faces,
Jellicle Cats have bright big eyes;

They like to practice their airs and graces
And wait for the Jellicle Moon to rise"

Meu Jellicle Cat favorito: The Rum Tum Tugger. Só vendo pra entender.

Só queria acabar a sexta-feira com alguma coisa bonitinha.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Alice Ruiz again

De repente dá uma vontade de ficar lendo poemas de amor. Não sei se todo mundo tem isso. Eu tenho. Sei lá.

"vontade de ficar sozinha
só pra saber
se você ia
ou vinha
quando deixou
esse bagaço
no meu peito
pedaço estreito
defeito de mercadoria
do jeito que você queria"

terça-feira, 21 de julho de 2009

Toni Morrison

Continuando o post de dias atrás sobre a entrevista da Toni Morrison na revista da Oprah. Mais um trechinho:

"Everything I see or do, the weather and the water, buildings...everything actual is an advantage when I am writing. It is like a menu, or a giant tool box, and I can pick and choose what I want. When I am not writing, or more important, when I have nothing on my mind for a book, then I see chaos, confusion, disorder."

Assim:

"Tudo que eu vejo ou faço, o tempo e a água, prédios, tudo que é real é uma vantagem quando estou escrevendo. É como um menu, ou uma caixa gigante de ferramentas que eu posso pegar ou escolher o que eu quero. Quando eu não estou escrevendo, ou mais importante, quando eu não tenho nada na minha cabeça para um livro, aí eu vejo caos, confusão, desordem."

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Mais Ana Cristina César



Lá no Conjunto Nacional abriu uma Livraria Cultura/Instituto Moreira Salles. Os livros de poesia da Ana Cristina César estão lá por R$ 24,00. Comprei o "Inéditos e dispersos" já que tinha lido o do Marcos.

Este é "Estou atrás" escrito em 28 de maio de 1969.

"Estou atrás

do despojamento mais inteiro

da simplicidade mais erma

da palavra mais recém-nascida

do inteiro mais despojado
do ermo mais simples

do nascimento a mais da palavra"


Boa semana crianças fofas do meu coração que lêem este blog (que às vezes nem sei quem são mas não importa porque gosto) e me deixam feliz.

Obs - a capa do livro é do site do Instituto Moreira Salles. É exatamente esta edição que eles estão vendendo.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Acabei



Acabei o livro. Chegando ao final só chorei. Fico sofrendo junto, sabe? Agora fica aquela sensação que não vou ter mais um pedacinho toda noite. Estranho, né? Porque alguns livros e personagens parece que você quer que acabem logo. E este não foi bem assim...... por mais sofrimento que houvesse. Ou não foi tão sofrido assim, eu que estou sentimental.

O trecho abaixo é de uma carta que Caio escreve ao final de um amor. Está na página 219.

"Você não me ama mais? Silêncio tão espesso que consegui ouvir o ruído do movimento de rotação da Terra. Feito na novela das seis, eu abri a boca quando ouvi a resposta. Um lento Não. Um claro Não. Um seguro Não. Um límpido Não. Um tranquilo Não. Um sem dúvida alguma Não. Um sem-volta Não. Um para-sempre Não. Um negativo Não. Um afirmativo Não. Repete, pedi. Repetiu. Pede-se não enviar flores, pensei. Fechei a porta. Fiquei só, chovia. Com requintes de autopiedade, limpei devagarinho com feltro um disco da Elis, deitei no chão e ouvi umas cem vezes "Se eu quiser falar com Deus".

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Falta pouco

Acho que restam umas 5 páginas pra eu acabar o livro sobre o Caio Fernando Abreu. Já ri, já chorei. E aí parei um pouco. Não aguento muito ler a parte do sofrimento com o vírus da Aids. Já expliquei que isso me abala muito.

Bom...há várias passagens interessantes que eu vou escrevendo aqui com calma. Parece que esta está na orelha do Morangos Mofados (eu não tenho! vergonha!)... quem tiver, é só checar se é isso mesmo:

"Já li tudo, cara, já tentei macrobiótica psicanálise drogas acupuntura suicídio ioga dança natação cooper astrologia patins marxismo candomblé boate gay ecologia sobrou só esse nó no peito, agora o que eu faço?"


Nó no peito mata, né minha gente? (essa observação é minha mesmo).

terça-feira, 14 de julho de 2009

The hour I first believed



Depois de mais de 700 páginas, acabei o livro de Wally Lamb. Caelum Quirk, personagem principal, é tão forte, tão marcante que depois de 48 horas ainda estou pensando nele; coisa que normalmente não acontece comigo. Mas o livro é impressionante. O autor diz no final que levou 8/9 anos para finalizar a obra... e as ligações que ele faz com fatos marcantes da história americana é muito interessante (Katrina, Columbine, ....) - só tragédia, diga-se de passagem. E fui ver se já tinha tradução mas não tem ainda.......Esperem que eu acho que vale.


Obs - só pra quebrar o gelo, comecei outra coletânea de textos do David Sedaris e ele conta num deles quando foi se candidatar a "elfo" numa loja. E morre de dó das pessoas que têm que se vestir de coisas pra sobreviver. Como andar como um "taco" em Nova Iorque. Hahahhahaha.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Toni Morrison



Na revista da Oprah do mês de julho tem uma reportagem chamada "Castles in the mind". Nela alguns autores falam sobre livros em geral. E a Toni Morrison fala coisas lindas....., assim:

"There are all sorts of ways people try to stay connected, try not to live in hate. Religion may be one of them, but for me the central thing is writing. The art itself. Putting my intelligence and my humanity to the best possible use, and I get beter because I am doing it. The writing teaches me that I can´t just reach some little plateau and say that´s it, this is the place. It is always a search."

Algo mais ou menos assim (minha tradução está absolutamente tosca hoje pois todos os meus neurônios traduzísticos foram gastos num trabalho que estou entregando hoje):

"Há inúmeras maneiras que as pessoas tentam para ficarem' conectadas', e não viver com ódio. Religião pode ser uma delas, mas para mim, a coisa central é a escrita. A arte em si. Colocar minha inteligência e minha humanidade a favor do melhor uso possível, e eu me sinto melhor porque estou fazendo isso. A escrita me ensina que eu não posso simplesmente alcançar um pequeno plateau e dizer é isso, este é o lugar. É sempre uma busca".

Obs1 - a foto é daqui: http://www.nnet.gr/morrison/morrison%20images/toni-morrison.gif
Obs 2 - Eu amo, amo, amo a Oprah. Nada a dizer além disso.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Sexta



Nada não. Estou aqui. Só cansada. Mas aí vai Gaturro. Espanhol é tão lindo, né? Pois é.

Tirado do site oficial: http://www.gaturro.com/

terça-feira, 7 de julho de 2009

Já estava com saudade de Whitman



De "Walt Whitman - A Formação do poeta", de Paul Zweig:

"À medida que arranca as fronteiras da casa, das roupas e até do lugar, à medida que as distinções sociais e morais caem por terra, ele chega à própria fronteira da linguagem. Ele foi uma voz, seu corpo foi um poema:

Recuso-te o meu mérito final... recuso-me a pôr para fora o que há de melhor em mim.

Podes abarcar mundos, mas nunca tentas abarcar a mim,

Sobrepujo tua conversa mais barulhenta somente te encarando.


O dito e o escrito não provam quem sou,
Trago a plena prova e todo o resto em meu rosto,
Com meus lábios calados confundo o maior dos céticos.
"

domingo, 5 de julho de 2009

Link legal

Esta seção do The Guardian:

http://www.guardian.co.uk/books/series/writersrooms


traz todas as semanas o local de escrita de vários escritores.......


Alguns eu nunca ouvi falar, mas tem por exemplo do Alain de Botton, do Hobsbawm, da Virginia Woolf, etc....

Bem bonitinho.

E bom final de domingo... e que essa semana seja tudo que vocês 6 (leitores daqui) quiserem.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Sexta-feira e Langston Hughes


Lálálálálá......feliz....sexta-feira e etc..

Langston Hughes foi um dos primeiros poetas que escrevi sobre aqui no blog. Este trecho é a última estrofe do poema dream variations:

"To fling my arms wide
In the face of the sun,
Dance! Whirl! Whirl!
Till the quick day is done.
Rest at pale evening...
A tall, slim tree...
Night coming tenderly
Black like me"


A noite caindo ...... negra como eu.

Obs - a foto é daqui: http://www.tqnyc.org/2006/NYC063369/hughes.bmp

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Julho com "Para sempre teu, Caio F."



Eu sempre gostei de julho. Por várias razões: pelas férias, viagens, inverno, encontros, e aniversários no começo do mês. Por que estou falando disso? Nada não. Mas tenho certeza que este mês será melhor.

Este livro foi lançado na semana passada.... Chegou ontem em casa. Só de ver algumas fotos e citações já fiquei feliz. Feliz como o mês de julho.