sábado, 30 de agosto de 2008

Mais de Caio F.

Aqui vai a citação inicial que está em um texto publicado no Estadão em 15/07/1986. O nome da crônica é "Deus é naja".

"Estás desempregado? Teu amor sumiu? Calma: sempre pode pintar uma jamanta na esquina."

Estou me divertindo com os textos dele. E achando tudo lindo.

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Caio Fernando Abreu (1948-1996)


Há sites dedicados ao autor, biografias, compilações, etc.... mas eu devo confessar minha ignorância que li poucas coisas até agora. O que eu mais gostei é do livro "Pequenas Epifanias" com textos publicados no jornal "O Estado de São Paulo ".

Caio morreu de aids. E não consigo falar muito sobre esse assunto por inúmeras razões.

A frase abaixo está no texto: Existe sempre alguma coisa ausente.


"Como a vida é tecelã imprevisível, e ponto dado aqui vezenquando só vai ser arrematado lá na frente."


A gente sempre espera entender, né? E uma hora entende. Pelo menos eu espero que sim.



Obs1 - a foto é do site www.releituras.com.br
Obs2 - o "vezenquando" junto é dele, não é erro.
Obs3 - quem tiver mais indicações sobre o autor... por favor, mande-as.

quarta-feira, 27 de agosto de 2008

Mark Twain


Eu já falei sobre ele na postagem do dia 07 de agosto, mas o livro ("Dicas úteis para uma vida fútil") tem sacadas tão interessantes que eu não pude resistir. O trecho que eu coloco abaixo é de um discurso que ele fez em 1905, falando como é a vida para ele depois dos 70 anos:


"Nunca fiz ginástica de espécie alguma (exceto dormir ou descansar), nem pretendo fazer jamais. Ginástica é um exercício repugnante. Não traz qualquer vantagem se você está cansado e eu sempre estou. Mas deixe uma pessoa fazer e veja o que acontece."

ihihihihihihihihi.

Obs: a foto é do site oficial: http://www.cmgww.com/historic/twain/about/photos.htm

terça-feira, 26 de agosto de 2008

Fernando Pessoa


Claro que não vou falar nada do autor, tenho certeza que não é necessário. Só citar, do "Livro do Desassossego":

"Em nada me pesa ou em mim dura o escrúpulo da hora presente. Tenho fome da extensão do tempo, e quero ser eu sem condições."

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Alain de Botton


Alain de Botton é um escritor nascido em 1969 e todos os seus livros são um sucesso. Toda a obra já foi traduzida para o português e eu, particularmente gosto de "The art of travel" (A arte de viajar), por razões óbvias. E aí vai um pedacinho:

"If the world seems unfair or beyond our understanding, sublime places suggest that it is not surprising that things should be thus..... It is the vast spaces of nature that perhaps provide us with the finest, the most respectful reminder of all that exceeds us. If we spend time in them, they may help us to accept more graciously the great, unfathomable events that molest our lives and will inevitably return us to dust."

A minha explicação é mais ou menos assim:

"se o mundo parece injusto ou além da nossa compreensão, lugares sublimes sugerem que isto não é surpresa e que as coisas devam ser assim.... são os amplos espaços da natureza que talvez nos lembrem que há algo muito maior e melhor que está além de nós. Se passarmos um tempo nesse espaço, talvez isso nos ajude a aceitar mais graciosamente os eventos insondáveis, incomensuráveis que molestam nossas vidas e que um dia, inevitavelmente, vão nos fazer retornar ao pó".

A foto é do site oficial do autor - www.alaindebotton.com (que aliás, é muito interessante)

sábado, 23 de agosto de 2008

Mais haikai


Este livro é lindo e só tem haikais em inglês de escritores que escrevem originalmente em língua inglesa e de escritores japoneses traduzidos para o inglês.

Selecionei este:


by firelight
listening to the silence
of things we can´t see

autor: Larry Gross

depois coloco outros.....

quinta-feira, 21 de agosto de 2008

Leitores

Li um livro besta nas férias que foi salvo da inutilidade total pelas citações em cada início de capítulo. Nele eu li o que o acadêmico americano William Lyon Phelps disse uma certa vez:

"I divide all readers into two classes:
Those who read to remember
and those who read to forget"

Tradução livre minha:

"Eu divido todos os leitores em duas classes:
Aqueles que lêem para lembrar
e aqueles que lêem para esquecer"

Achei interessante....

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

Haikai

Eu adoro haikai (escreve junto ou separado? tem plural? hai-kais?). E leio sempre. O ano passado participei de uma oficina maravilhosa organizada pela Profa. Elaine Cuencas. E este é um dos meus favoritos:

"Sem saudade de você
Sem saudade de mim
o passado passou enfim"

É da Alice Ruiz...

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Mais de G. Brooks

Eu queria encontrar uma frase de Gwendolyn Brooks que quando fui escrever o post do dia 16 não tinha achado. Mas ontem, folheando o meu livro com mais calma, achei. É esta daqui:

"Our earth is round, and, among other things
That means that you and I can hold
completely different
Points of view and both be right."


O que seria mais ou menos isso (tradução livre minha):


A nossa terra é redonda, e, entre outras coisas
Isso significa que você e eu podemos ter
pontos de vista completamente diferentes
e ambos estarmos certos.


É isso.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Pra começar a semana

Pra começar bem a semana, "BEM NO FUNDO" de P. Leminski.

no fundo, no fundo,
bem lá no fundo,
a gente gostaria
de ver nossos problemas
resolvidos por decreto

a partir desta data,
aquela mágoa sem remédio
é considerada nula
e sobre ela - silêncio perpétuo

extinto por lei todo o remorso,
maldito seja quem olhar pra trás,
lá pra trás não há nada,
e nada mais

mas problemas não se resolvem,
problemas têm família grande,
e aos domingos saem todos passear
o problema, sua senhora
e outros pequenos probleminhas

publicado em "Distraídos venceremos", da Editora Brasiliense (a minha edição é de 1995).

sábado, 16 de agosto de 2008

Gwendolyn Brooks (1917-2000)


Não sei o que acontece mas é realmente emocionante você ouvir os próprios poetas declamarem as suas poesias. Eu adoro.

No site www.poets.org é possível ouvir G. Brooks declamar "We real cool" e ouvir quais as suas idéias quando o escreveu.

A autora faz parte de uma das coisas que mais gosto de estudar na literatura - os autores afro-americanos.

A foto é do site poetryfoundation.com.


Obs - nunca vi nada da autora aqui no Brasil. Nem nenhuma tradução. Se alguém souber, let me know.

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Mais de WW


Há uma citação de Walt Whitman no livro "The way ot the traveler" de Joseph Dispenza (que eu nunca ouvi falar fora este livro). O livro quer dizer, basicamente, como viajar é uma das coisas mais importantes da vida. Tirando a parte auto-ajuda barata, pode ser interessante.

E o trecho de "Song of the Open Road" citado no livro é este:

"Afoot and light-hearted I take to the open road,
Healthy, free, the world before me,
The long brown path before me leading wherever I choose,
Henceforth I ask not good-fortune, I myself am good-fortune"

quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Sylvia Plath (1932-1963)


Sylvia Plath lutou anos contra a depressão e, no dia 11 de fevereiro de 1963, colocou seus filhos pequenos para dormir, trancou todas as portas, vedou a cozinha, acendeu o forno, colocou a cabeça lá dentro e acabou com sua vida. Há discussões dizendo que ela faz tamanho sucesso até hoje (há um filme sobre a vida dela com a Gwineth Paltrow no papel principal) porque o final foi esse. Sabemos que há sempre um grande auê quando um artista se mata, mas enfim....... Coloco abaixo o último verso de um de seus poemas. Em inglês o poema chama-se "Soliloquy of the Solipsist" e o trecho que escrevo é mais compreensível que seu título:

"...I
know you appear
Vivid at my side,
Denying you sprang out of my head,
Claiming you feel
Love fiery enough to prove flesh real,
Though it´s quite clear
All your beauty, all your wit, is a gift, my dear,
From me"



A foto de Sylvia é do site www.swisseduc.ch

segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Leminski forever

Como já disse em um post anterior, meu poeta brasileiro favorito é Paulo Leminski (claro que há sempre uma árdua disputa entre vários outros que depois falarei aqui, mas de uns tempos pra cá, é ele). Pra começar bem a semana, coloco aqui só um pedacinho do poema Sigilo de Fonte, da obra LA VIE EN CLOSE:

"...Diga você, já que se sabe
que nem tudo na água é margem,
nem tudo é motico de escândalo,
nem tudo me diz eu te amo,
nem tudo na terra é miragem.

Signos, sonhos, sombras, imagens,
ninguém vai nunca saber
quantas mensagens nos trazem."


E boa semana......

sábado, 9 de agosto de 2008

Capote (1924-1984)



Capote não era flor que se cheire. Não era mesmo. Fez várias inimizades a vida inteira......mas também era bem divertido. Apesar de muitos conflitos entre teóricos, entendo que foi ele sim que "criou" o chamado Jornalismo Literário com a sua maior obra - "A sangue frio". O que eu falo sempre é que é algo impressionante você ver um livro maravilhosamente bem escrito e não ficar preocupado com o conteúdo já que todo mundo sabe o que acontece na obra. O livro é fantástico.

Mais fantástico ainda é o auto Philip Seymour Hoffman interpretando o autor no filme "Capote". Ganhou o Oscar de melhor ator do ano (o filme é de 2005).

Capote escreveu short-stories, romances, ....... e é claro - Bonequinha de luxo - Breakfast at Tiffany´s.

Há uma biografia muito interessante sobre ele escrita por Gerald Clarke..... e as fotos foram tiradas do site: photobucket.com

sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Poe (1809-1849)


Comecei este texto mil vezes para tentar chegar a um post (razoavelmente) interessante. Não sei se consigo, porque tudo já foi falado sobre Poe. Tudo. Que ele foi o melhor. Que não batia bem. Que foi o criador das histórias de detetives. Que escreveu os melhores contos de terror. Que foi traduzido por Pessoa e Machado. E mais e mais e mais.

E é isso mesmo. Cada vez que entramos (alunos e professores) em discussões para chegarmos qual o conto "mais interessante" do Poe a gente vai descobrindo coisas novas. E não há nenhuma conclusão, é claro. Os meus contos favoritos são: 'O retrato oval", "O gato preto", "A máscara da morte escarlate" (ou rubra, ou vermelha - dependendo da tradução de "red" que o tradutor faz) e "O coração delator".


E para finalizar, meu poeta favorito brasileiro: Paulo Leminski (que escreverei sobre qualquer hora dessas) escreveu: "Toda a literatura dita 'fantástica', Kafka, Borges, começa com ele. Poe decretou a liberdade da imaginação e da fantasia criadora. Não pode haver título nem glória maior".




Obs: A foto de Poe eu retirei do site www.poemuseum.org. E só por curiosidade, dá vontade de comprar tudo que eles têm pra vender na loja virtual.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Mark Twain (1835-1910)



Ele era o máximo. Além de super irônico, escreveu uma das obras mais importantes da literatura mundial - As aventuras de Huckleberry Finn. Quem não leu Huck deve sair neste momento de casa e ir até a livraria mais próxima e adquirir a obra já.

A editora Relume Lumará lançou em 2004 uma coletânea com o pensamento de Samuel Clemens (o nome verdadeiro de Twain) e suas famosas citações. Ele escreve brilhantemente para que serve viajar:


"Viajar é fatal para o preconceito, a
intolerância e as idéias limitadas; só
por isso, muitas pessoas precisam muito
viajar. Não se pode ter uma visão
ampla, abrangente e genorosa dos
homens e das coisas vegetando num
cantinho do mundo a vida inteira".

O título do livro já é o máximo: "Dicas úteis para uma vida fútil: um manual para a maldita raça humana".

A foto de Clemens é do site oficial do autor.

Langston Hughes (1902 - 1967)


Langston Hughes é um autor americano pouco conhecido no Brasil que eu adoro. Poeta, escrevia sobre a vida dos negros americanos, participou do movimento chamado Harlem Renaissance, e, claro, engajado no movimento dos direitos civis e muito mais. Há vários sites interessantes com material sobre ele, em inglês, obviamente. Um dos sites mais confiáveis é o www.poets.org. (a foto do autor também de lá).

Abaixo o poema que mais amo: I, too, sing America. Depois a "explicação" do poema que eu tento fazer já que traduzir perfeitamente não vai dar.

I, too, sing America

I am the darker brother
They send me to eat in the kitchen
When company comes,
But I laugh,
And eat well,
And grow strong.

Tomorrow,
I´ll be at the table
When company comes.
Nobody´ll dare
Say to me,
"Eat in the kitchen,"
Then.

Besides,
They´ll see how beautiful I am
And be ashamed--
I, too, am America.

Vamos ver:

Eu também, canto a América.

Eu sou o irmão mais escuro.
Eles me mandam comer na cozinha
Quando a companhia chega
Mas eu dou risada
E como bem,
E cresço forte.

Amanhã,
Eu estarei sentado à mesa
Quando a companhia chegar
Ninguém vai ousar
Dizer para mim
"coma na cozinha,"
Então.

Além disso,
Eles verão quão bonito eu sou.
E sentir vergonha

Eu, também, sou a América.



Lindo.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Ele


"I am the poet of the body,
And I am the poet of the soul.

The pleasures of heaven are with me, and the pains of hell are with me,
The first I graft and increase upon myself... the latter I translate into a new tongue."
W. Whitman

E na tradução de Rodrigo Garcia Lopes:

"Sou o poeta do corpo,
E sou o poeta da alma.

Os prazeres do céu estão comigo, os pesares do inferno estão comigo,
Aqueles, enxerto e faço crescer em mim mesmo... estes, traduzo numa nova língua."

Como traduzir poemas é uma das coisas mais difíceis da vida, todo o meu respeito ao tradutor.
A foto é de Whitman em 1854.

terça-feira, 5 de agosto de 2008

The american writer


Há alguns anos atrás comprei o livro "The American writer - shaping a nation´s mind" de Jack Cady. Uma das coisas que mais me chamou a atenção é quando o autor comenta o que seria de nossas vidas sem a arte como um todo. Geralmente é com uma adaptação deste texto que começo os meus cursos. E é mais ou menos assim (a tradução livre é minha, assim como as adaptações):

"Nós não somos humanos pelo poder político, ou pela educação, e nem pela religião. Nós somos humanos porque reconhecemos a humanidade nos outros. O escritor e o artista recorrem à humanidade. Por essa razão, literatura e arte são os ossos da civilização.

Aqui vai uma demonstração que você entende as coisas com o seu coração, mas não necessariamente com a sua lógica: Vamos assumir que a literatura e a arte são simplesmente inúteis. Elas não colocam comida no prato. Ninguém quer que seu filho seja um escritor ou artista, porque muitos escritores e artistas não podem sobreviver desta maneira, ao menos que tenham um segundo emprego....

Em primeiro lugar, vamos queimar toda a obra de Shakespeare. Vamos tirar a Nefertiti do Museu de Berlim e afundá-la de volta no Rio Nilo. Vamos invadir os museus da Europa, queimando a Mona Lisa e os quadros de Rembrandt e Renoir.

Depois de fazermos isso, nós levantamos as nossas cabeças e olhamos a nossa volta. A civilização ainda continua. Os carros ainda andam, as estradas estão abertas, e os trens praticamente no horário.

Ótimo. Agora vamos destrutir as gravações de Louis Armostrong e de Janes Joplin. Vamos nos livrar de composições diversas. Vamos queimar as obras de Beethoven, as pinturas de Van Gogh e os livros de Dostoyevsky. Vamos nos livrar de Jane Austen, Ernest Hemingway e Edgar Allan Poe.

Vamos incendiar os trabalhos dos poetas: Auden, cummings, Frost, Emily Dickinson. Podemos fazer uma reforma na Capela Sistina, transformando o local em algo útil, como um Shopping Center.

Em algum lugar, em algum momento da destruição, algo terrível aconteceu. Nós paramos a nossa caminhada em direção ao mundo dos seres humanos e estamos voltando ao estado de animais.

Os trens ainda estão no horário, mas nós perdemos toda a noção. Aquilo que sustentava nossos corações e esperanças morreu.

O romance, a pintura, a peça de teatro e a música são ossos que fazem parte do esqueleto da humanidade. Nós contamos as nossas alegrias e tristezas com história, peças de teatro, música, quadros, etc..."

Não é ótimo?

Pensamentos diversos e reflexões

Há algum tempo eu nunca poderia imaginar que seria professora de literatura um dia. Nunca. Aliás, como nunca imaginei uma série de coisas, mas tudo bem..... Hoje não sei o que faria sem os meus livros e tudo o que diz respeito a eles. Comecei a trabalhar com a disciplina de literatura norte-americana há 03 anos. E não quero mais parar não.

domingo, 3 de agosto de 2008

Agora vai

A idéia de escrever um blog já é antiga e sei lá por que caramba eu nunca fiz isso antes. Queria achar algo interessante para poder compartilhar, ou alguma temática que fizesse sentido. A resposta estava debaixo do nariz o tempo todo: a literatura que faz parte da minha vida. Meus livros favoritos, autores, discussões, opiniões e o que for aparecendo. Acho que é isso. Mais alguns dias as aulas começam e quero compartilhar isso com pessoas queridas: professores e alunos. Vamos ver no que vai dar.