E agora?
Três, quase quatro anos depois
Cadê você?
Cadê a grande mutação?
Pintaram as rebordosas. Continuaram pintando. Nós continuávamos resistindo mas às vezes penso que viver não dever ser apenas isso, segurar a barra.
Continuamos carregando nossas pequenas maldições - mais orgasmos, insônias, pesadelos, excessos de álcool e cigarro, procura cega, iluminações ilusórias e passageiras etc. O mundo continua apodrecendo, os amigos vão para a Europa, para a clínica ou para a prisão, viciaram-se nas drogas mais diversas. Em nome de que resistimos? De onde tiramos essa energia, que é meio talvez uma falta de energia por não termos conseguido radicalizar e mudar alguém e ou a nós próprios, ou enlouquecer e fugir pro mato. Normalmente resistimos enquanto o coração resseca, os olhos endurecem, as deliberações se frustram.
Desmascaramos a farsa para continuarmos a existir no meio dela. De que nos tem servido essa lucidez senão para chamar barra cada vez mais pesada?
Batalhamos a paz, a divina indiferença. Pra termos sede de amor e de beleza.
(estou sem dinheiro no verão, baixa o astral de qualquer um)
Com ou sem nova convivência, somos profundamente infelizes. Nosso saldo é o desencanto. E você, onde andará?
Foto da minha prateleira. Peguei o livro pra folhear. Essa página (192) não estava marcada como favorita. Vai saber o porquê. Agora está.
3 comentários:
Olha...
Voltei aqui só pra reler isso: "Desmascaramos a farsa para continuarmos a existir no meio dela. De que nos tem servido essa lucidez senão para chamar barra cada vez mais pesada?"
E eu leio isso...
De onde tiramos essa energia, que é meio talvez uma falta de energia por não termos conseguido radicalizar e mudar alguém e ou a nós próprios, ou enlouquecer e fugir pro mato. Normalmente resistimos enquanto o coração resseca, os olhos endurecem, as deliberações se frustram.
Só para constar que eu estou sempre querendo fugir pro mato! Sempre... mas aí, começa o Festival de filme italiano... o clube do livro sugere mais um Dostoiévski... e tem aquele almoço, de vez em quando, com as amigas.
Beijos!
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