quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Caio 3D - O essencial da década de 1980

E agora?
Três, quase quatro anos depois
Cadê você?
Cadê a grande mutação?

Pintaram as rebordosas. Continuaram pintando. Nós continuávamos resistindo mas às vezes penso que viver não dever ser apenas isso, segurar a barra.

Continuamos carregando nossas pequenas maldições - mais orgasmos, insônias, pesadelos, excessos de álcool e cigarro, procura cega, iluminações ilusórias e passageiras etc. O mundo continua apodrecendo, os amigos vão para a Europa, para a clínica ou para a prisão, viciaram-se nas drogas mais diversas. Em nome de que resistimos? De onde tiramos essa energia, que é meio talvez uma falta de energia por não termos conseguido radicalizar e mudar alguém e ou a nós próprios, ou enlouquecer e fugir pro mato. Normalmente resistimos enquanto o coração resseca, os olhos endurecem, as deliberações se frustram.

Desmascaramos a farsa para continuarmos a existir no meio dela. De que nos tem servido essa lucidez senão para chamar barra cada vez mais pesada?

Batalhamos a paz, a divina indiferença. Pra termos sede de amor e de beleza. 

(estou sem dinheiro no verão, baixa o astral de qualquer um)

Com ou sem nova convivência, somos profundamente infelizes. Nosso saldo é o desencanto. E você, onde andará?



Foto da minha prateleira. Peguei o livro pra folhear. Essa página (192) não estava marcada como favorita. Vai saber o porquê. Agora está.

3 comentários:

Fal disse...

Olha...

Fal disse...

Voltei aqui só pra reler isso: "Desmascaramos a farsa para continuarmos a existir no meio dela. De que nos tem servido essa lucidez senão para chamar barra cada vez mais pesada?"

Elaine Cuencas disse...

E eu leio isso...

De onde tiramos essa energia, que é meio talvez uma falta de energia por não termos conseguido radicalizar e mudar alguém e ou a nós próprios, ou enlouquecer e fugir pro mato. Normalmente resistimos enquanto o coração resseca, os olhos endurecem, as deliberações se frustram.

Só para constar que eu estou sempre querendo fugir pro mato! Sempre... mas aí, começa o Festival de filme italiano... o clube do livro sugere mais um Dostoiévski... e tem aquele almoço, de vez em quando, com as amigas.

Beijos!