Acho que já peguei na mão umas 10 vezes o livro de poesias completas de José Paulo Paes e nunca comprei. Ontem mais uma vez isso aconteceu, mas li pela primeira vez o poema "A Edgar Allan Poe", que é este:
"Fecha-se um homem no quarto
E esquece a janela aberta.
Pela janela entra um corvo.
O homem se desconcerta.
Desconcertado, invectiva-o
De anjo, demônio, adivinho.
Pede-lhe mágicas, mapas,
Soluções, chaves, caminhos.
Mas, ave de curto vôo,
O corvo sorri de pena.
Murmura vagas palavras.
Não absolve, não condena.
Cala-se o homem, frustrado,
(o egocentrismo desgosta)
E, a contragosto, percebe
Que o eco não é resposta"
E esquece a janela aberta.
Pela janela entra um corvo.
O homem se desconcerta.
Desconcertado, invectiva-o
De anjo, demônio, adivinho.
Pede-lhe mágicas, mapas,
Soluções, chaves, caminhos.
Mas, ave de curto vôo,
O corvo sorri de pena.
Murmura vagas palavras.
Não absolve, não condena.
Cala-se o homem, frustrado,
(o egocentrismo desgosta)
E, a contragosto, percebe
Que o eco não é resposta"
José Paulo Paes traduziu muita coisa da obra de Poe. E eu concordo: o eco não é resposta.
Adorei a ilustração que é daqui: http://s3-external-1.amazonaws.com/wootsaleimages/Quoth_the_Raven22wDetail.jpg - que faz estampas de camiseta.
Um comentário:
NO entanto é só isso que esperamos sempre...eco às nossas pobres palavras!
José Paulo Paes também espera isso de você...e acho que ouviu sua leitura e ficou feliz, enquanto tomava uma chazinho com Edgar Allan...jogando una migalha de pão àquele corvo danado de sabido que disse todas as palavras que são verdadeiramente importantes neste mundo...Never nore!
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