segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Fim de agosto e Drummond

Não posso reclamar do mês de agosto. Todo mundo diz que sempre é complicado. Pra mim já foi em anos passados, agora não é mais. Coração alhures, como diria Ana C. Vamos acabar este mês com Drummond? E setembro será mais lindo ainda.


MÃOS DADAS
- Drummond

Não serei o poeta de um mundo caduco.
Também não cantarei o mundo futuro.
Estou preso à vida e olho meus companheiros.
Estão taciturnos mas nutrem grandes esperanças.
Entre eles, considero a enorme realidade.
O presente é tão grande, não nos afastemos.
Não nos afastemos muito, vamos de mãos dadas.

Não serei o cantor de uma mulher, de uma história,
não direi os suspiros ao anoitecer, a paisagem vista da
[ janela,
não distribuirei entorpecentes ou cartas de suicida,
não fugirei para as ilhas nem serei raptado por serafins.
O tempo é a minha matéria, o tempo presente, os
[ homens presentes,
a vida presente.

obs - Tirei deste site aqui: http://www.algumapoesia.com.br/drummond/drummond21.htm

Um comentário:

Elaine Cuencas disse...

Este é um dos melhores, sem dúvida!
O meu tempo é o tempo presente...quanta lição devemos ao poeta!
bjs,