terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

José Paulo Paes

O livro de poesias completas foi lançado em 2008. Desde então eu já peguei ele na minha mão umas 10 vezes. Sério. Mas só comprei na semana passada mesmo. Sou lenta? Sou. Só por curiosidade hoje descobri um negócio no meu carro. Nem vou falar que é óbvio demais. Detalhe: estou com meu carro desde o começo de novembro passado. Oi? Voltando ao autor:

"POEMA CIRCENSE

Atirei meu coração às areias do circo como se atira ao mar uma âncora aflita. Ninguém bateu palmas. O trapezista sorriu, o leão farejou-se desdenhosamente, o palhaço zombou da minha sombra fatídica.

Só a pequena bailarina compreendeu. Em suas mãos de opala, meu coração refletia as nuvens de outuno, os jogos de infância, as vozes populares.

Depois de muitas quedas, aprendi. Sei agora vestir, com razóavel destreza, os risos da hiena, a frágil polidez dos elefantes, a elegância marinha dos corcéis.

Todavia, quando as luzes se pagam, readquiro antigos poderes e vôo. Vôo para um mundo sem espelhos falso, onde o sol devolve a cada coisa a sombra natural e onde não há aplausos, porque tudo é justo, porque tudo é bom."

Um comentário:

Elaine Cuencas disse...

Jose Paulo Paes...rir com ele é muito bom! conheço um pouco da poesia e alguma coisa da Literatura Infantil!