terça-feira, 6 de abril de 2010

Oi?

Carta do Caio para uma amiga. Escrita em 16 de janeiro de 1992.

"S´as que desisti do amor? Que alívio. É um processo que vem se arrastando há uns quatro anos, desde o que chamo de The Big Disaster, agora parece que con-so-li-dou-se. Será que é da idade? Fico ouvindo as pessoas naquele rodenir de ligou? -vou-ligar-não-sei-se-ligo-se-ligar-dizque-saí etc.&etc. e acho de uma pobreza alagoana.

Meu Deus, penso, tanto tanque cheio de roupa suja pra ser lavada, tanto piso pra ser encerado, tanta azálea mutante pra ser regada, tanta meia pra ser cerzida e fica essa vEadagem? Que perCa de tempo. Tô bem assim, bem indiferente. O coração, um cactus. Não me importo mais"

Ooops. Lido ontem à noite. Susto. Amigos: atentem para a última palavra da penúltima frase. Que coisa, não?

2 comentários:

Mari Aldrigui disse...

Ah, mas voce se importa sim! E eu me importo se voce se importa, entao no Cactus!

Marcos disse...

Não pude deixar de lembrar d'O Patrão Nosso de Cada Dia' do seminal primeiro álbum dos Secos e Molhados: "Eu quero o amor da flor de cactus, ela não quis/Eu dei-lhe a flor de minha vida, vivo agitado/Eu já não sei se sei de tudo ou quase tudo/Eu só sei de mim, de nós, de todo mundo..."
Beijão,