Não resisti:
"Soa estranho, esta manhã,
tudo o que sempre foi meu, como pode?
Como pode que esse som lá fora,
os sons da vida, a voz de todo dia,
pareça ficção científica?
Como pode que esta palavra,
que já vi mil vezes e mil vezes disse,
não signifique mais nada,
a não ser que o dia, a noite, a madrugada,
a não ser que tudo não é nada disso?
Pode que eu já não seja mais o mesmo.
Pode a luz, pode ser, pode céu e pode quanto.
Pode tudo o que puder poder.
Só não pode ser tanto."
Poema "como pode?" de Paulo Leminski, do livro "Distraídos Venceremos". A foto é da capa do livro "Envie meu dicionário". É isso.
Um comentário:
PERHAPPINESS!!!
"acabou a farra
formigas mascam
restos da cigarra"
bjs, Elã
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