segunda-feira, 8 de setembro de 2008

Elizabeth Bishop (1911-1979)


Há vários anos fui com um grande amigo assistir a peça "Um porto para Elizabeth Bishop". Era um monólogo com a Regina Braga. Na ocasião não tinha idéia quem era ela e só lá que entendi que era uma autora americana que viveu no Brasil durante anos com a companheira. O que me marcou da peça foi exatamente o texto da autora - Marta Góes.

Falo sempre de Elizabeth Bishop nas minhas aulas e em algum outro post mais pra frente falarei com mais detalhes sobre sua poesia.

Em 2005 achei o livro sobre a peça na Livraria Cultura e o trecho que mais me recordo (e que agora leio no livro, é claro) é a parte final, anos depois da morte da companheira, que Elizabeth (por meio da Marta Góes) fala o seguinte:


"Faz dez anos outro dia. É claro que em dez anos a dor que você guardava na primeira prateleira e pulava no seu peito toda manhã vai se acomodando numa prateleira mais alta, e depois numa mais alta ainda, e depois, num canto que você não alcança todo dia. Mas você sabe que ela está lá, guardada para sempre, junto de muitas coisas que fazem parte da sua vida."


Não é uma ótima definição para uma série de coisas?


Obs - a foto é do site www.poets.org

6 comentários:

Mari Cuencas disse...

Holy cow.

*eyes wide open*

Andréa disse...

Sabia que em algumas pessoas ia ter esse efeito.

Luiz Trigo disse...

Se vc gostou dela, vai adorar Caio F. Abreu, conf. já citou no blog. "O ovo apunhalado" e "Os dragões não conhecem o paraíso" são contos fantásticos.

Veneranda disse...

De repente faz dez anos...
De repente a gente vai colocando as coisas nas prateleiras mais altas...
De repente a gente lê um texto desses e se lembra que elas estão lá!
Não tão acessíveis mas, ainda, absurdamente palpavéis...
Amei.

Andréa disse...

Trigo,
Preciso urgentemente ler mais coisas do Caio (aliás, de mais tanta gente).
Bjs

Andréa disse...

Veneranda,
Eu também AMO este texto. E a gente sempre lembra o q. tem lá na prateleira mais alta. Sempre.
Bjs para a querida aluna.....