sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Sophia


Liberdade

O poema é
A liberdade

Um poema não se programa
Porém a disciplina
 - Sílaba por sílaba - 
O acompanha

Sílaba por sílaba
O poema emerge
- Como se os deuses o dessem
O fazemos

Sophia de Mello Breyner Andresen. Preciso ler mais coisas desta mulher. Simples assim.

2 comentários:

Elaine Cuencas disse...

Então, aqui vai um assim... livre!

Opaco

Noite. Certo
muitos são os astros.
Mas o edifício
barra-me a vista.

Quis interpretá-lo.
Valeu? Hoje
barra-me (há luar) a vista.

Nada escrito no céu,
sei.
Mas queria vê-lo.
O edifício barra-me
a vista.

Zumbido
de besouro. Motor
arfando. O edifício barra-me
a vista.

Assim ao luar é mais humilde.
Por ele é que sei do luar.
Não, não me barra
a vista. A vista se barra
a si mesma.
(Carlos Drummond de Andrade)

bjs,

Andréa disse...

Sabe que hoje ia colocar Drummond por aqui, mas Sophia pulou no meu colo. Que coisa...