Tudo de bom que já foi dito sobre Walt Whitman e sua obra "Folhas da Relva" eu concordo. Por isso o nome deste humilde bloguinho que fala sobre literatura é uma homenagem ao grande poeta que, como disse Borges: "toma e não diz a ninguém a infinita decisão de ser todos os homens e escrever um livro que seja todos".
quarta-feira, 1 de julho de 2015
Carta dispersa à beira de um não-ser
Trecho do poema do Caio:
Amigo,
escuta bem porque calar não calo,
porque até o fim me cumprirei no que consome,
escuta bem, te peço claramente:
essas noites de roxo e de procura,
essa sede nas mãos, tão disfarçada,
esse ácido que, bem sei, te esmaga
como a mim próprio dissolve e mata
(não, não há remédio contra sermos sós)
- é tudo tão duro amigo, amado,
e não compreendem o meu querer calado e pouco:
não mais que isso - um fundo canto
e a mão de qualquer amigo perdida dentro da minha.
(Um anjo negro de desvairadas órbitas
atrás da minha andança descompassada: ah
te daria tanto se querer quisesses.)
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Um comentário:
Que coisa maravilhosa, que linha. As escolhas, as imagens. Que baita escritor, que falta que ele faz, como falamos há pouco. Obrigada, meu bem.
Postar um comentário