Novo livro de contos. Desnecessário falar sobre a beleza da escrita. E tem um dos prefácios mais lindos que eu já li, do Mia Couto, que fala: "A escrita de Valter sugere, a todo o momento, que os outros somos nós mesmos" dentre outras coisas.
E no conto: "A menina que carregava bocadinhos":
"Lentamente, aprendeu a esquecer-se da sua própria família, para não lhe sentir a falta, para não carregar incompletudes. Queria estar inteira, como quem resolve passados e abraça o presente sem hesitações. Era para não guardar medos, não alimentar medos. Construía esquecimentos, pensava ela. Gostava de construir esquecimentos. Tinha uma urgência enorme em dedicar-se às tarefas sem esperar nada."
Um comentário:
E vamos em frente... carregando bocadinhos!
Que puta sensibilidade...
Vou chorar só um pouquinho e me por a caminho...
Coisas para resolver, arrumar a casa, a vida, o carro... o sapato! Bocadinhos!
Beijos
Postar um comentário